Recursos didáticos e tecnológicos: o papel dos REDs na prática escolar
top of page

Recursos didáticos e tecnológicos: REDs, entendendo o conceito e sua relação com a prática escolar


Por que falar em recursos didáticos e tecnológicos?


A escola de hoje convive com alunos que aprendem de formas diferentes, em ritmos distintos e conectados a múltiplas linguagens. Para acompanhar essa realidade, é fundamental que professores utilizem recursos didáticos e tecnológicos que tornem o processo de ensino-aprendizagem mais dinâmico, inclusivo e personalizado.


Dentro desse universo mais amplo, destacam-se os Recursos Educacionais Digitais (REDs), que representam um subconjunto específico de recursos didáticos com formato digital. Eles incluem desde jogos e simuladores até plataformas interativas, capazes de transformar a sala de aula em um espaço mais engajador e conectado às necessidades do século XXI.


Recursos didáticos, tecnológicos e os REDs: qual a diferença?


Embora muitas vezes tratados como sinônimos, recursos didáticos e tecnológicos não são a mesma coisa que os REDs.

  • Recursos didáticos: qualquer material que apoie o ensino, como livros, jogos físicos ou experimentos.

  • Recursos tecnológicos: dispositivos que dão suporte às práticas pedagógicas, como computadores, tablets e projetores.

  • Recursos Educacionais Digitais (REDs): recursos didáticos em formato digital, que utilizam a tecnologia como meio para potencializar o aprendizado.


Assim, todo RED é um recurso didático e tecnológico, mas nem todo recurso didático ou tecnológico é um RED. Por exemplo, um livro físico é um recurso didático, mas não é RED. Um computador é um recurso tecnológico, mas só se torna meio para um RED quando utilizado para acessar simuladores, vídeos ou jogos educativos.


Portanto, os REDs são as ferramentas digitais que transformam, diversificam e enriquecem as práticas educativas.


Afinal, o que são Recursos Educacionais Digitais (REDs)?


De acordo com Fonseca e Scortegagna (2016), os REDs são ferramentas que podem assumir múltiplas formas – como vídeos, aplicativos, simuladores, quizzes e jogos digitais – e surgem em “velocidade e alcance incalculados”. Eles oferecem diferentes caminhos para que o estudante se aproprie do conhecimento e ampliam as possibilidades pedagógicas do professor.


Além disso, como apontam Carneiro e Silveira (2014), os REDs contribuem para ampliar a interação dos alunos com os conteúdos, tornando o processo pedagógico mais atrativo e significativo.


Em resumo, os REDs não são apenas ferramentas: são meios de potencializar a aprendizagem, adaptando o ensino às demandas de uma geração digital.


Objetos de Aprendizagem: um dos componentes dos REDs


Dentro do universo dos REDs, os Objetos de Aprendizagem (OAs) ocupam um papel central. Eles são materiais digitais criados para apoiar o ensino, desde que apresentem objetivos pedagógicos claros, sejam autocontidos em relação ao conteúdo e possam ser reutilizados em diferentes contextos.


Para deixar mais claro, Silveira e Carneiro (2012) definem condições que caracterizam um OA:


Quadro 1 – Condições para um recurso ser considerado um Objeto de Aprendizagem

O quadro apresenta as condições necessárias (1ª coluna) para que um recurso seja considerado um Objeto de Aprendizagem (OA) e essa descrição é a segunda coluna.  A primeira condição é explicitar claramente um objetivo pedagógico, ou seja, oferecer orientações claras para que o aluno saiba o que se espera que ele aprenda ao usar o objeto de aprendizagem e para que o professor, mesmo que não tenha produzido o recurso, compreenda como utilizá-lo.  A segunda condição é priorizar o digital, incentivando o desenvolvimento de objetos de aprendizagem que não dependam de aplicativos ou programas pagos, mas que possam ser utilizados gratuitamente na web.  A terceira condição é prover auxílio aos usuários, garantindo apoio por meio da interface e de instruções simples e acessíveis.  A quarta é proporcionar interatividade, permitindo que o usuário execute ações diretamente no objeto.  A quinta condição é proporcionar interação, possibilitando ações conjuntas entre usuários — como alunos, professores ou tutores — a partir do próprio objeto.  A sexta é fornecer feedback constante, mantendo o usuário informado sobre o estado atual de sua interação com o objeto de aprendizagem.  Por fim, a sétima condição é ser autocontido, ou seja, o objeto deve ter foco em um tema específico, abordando-o de forma completa, sem depender necessariamente de outros materiais para cumprir sua função pedagógica.
 FONTE: Silveira e Carneiro (2012). 

Ou seja, enquanto os REDs abrangem uma ampla gama de recursos, os OAs representam uma de suas formas mais estruturadas e pedagógicas, essenciais para transformar conteúdos em experiências de aprendizagem mais efetivas.


A BNCC e o uso de recursos didáticos e tecnológicos


A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) orienta que as escolas devem “selecionar, produzir, aplicar e avaliar recursos didáticos e tecnológicos para apoiar o processo de ensinar e aprender” (BRASIL, 2018, p. 17).


No caso da Matemática, a BNCC destaca que materiais como jogos, planilhas eletrônicas, softwares de geometria dinâmica, ábacos e malhas quadriculadas têm papel essencial para a compreensão dos objetos matemáticos e suas conexões com o cotidiano (BRASIL, 2018, p. 276).


Assim, ao integrar REDs e também os Objetos de Aprendizagem (OAs) ao currículo, as escolas alinham-se diretamente às orientações da BNCC, fortalecendo a aprendizagem significativa e contextualizada.


Entretanto, para que essa orientação se torne realidade, especialmente na rede pública, é necessário garantir infraestrutura adequada e acesso à internet. Nesse contexto, foi criado o Programa de Inovação Educação Conectada, do Ministério da Educação. Voltado às escolas públicas da Educação Básica, o programa busca universalizar o acesso à internet de alta velocidade e fomentar o uso pedagógico das tecnologias digitais.


Organizado em quatro dimensões: visão, formação, recursos educacionais digitais e infraestrutura. O programa promove condições para que a tecnologia seja aplicada de forma efetiva, potencializando tanto o ensino quanto a aprendizagem.


Tipos de recursos didáticos e tecnológicos


Veja na tabela abaixo os principais tipos de recursos didáticos e tecnológicos, acompanhados de uma breve descrição, para facilitar a compreensão:

Tipo de recurso

Descrição

Objetos Virtuais de Aprendizagem

Vídeos, simulações e animações digitais.

Jogos Digitais Educativos

Utilizam gamificação para estimular engajamento.

Simuladores

Permitem a experimentação prática de fenômenos complexos.

Aplicativos e Plataformas Educacionais

Acessíveis em dispositivos móveis.

Quizzes Interativos

Favorecem feedback imediato.

Recursos Tradicionais

Livros, jogos físicos, mapas e materiais de laboratório, articulados às novas tecnologias.


Diversificação da aprendizagem


Ao diversificar os recursos utilizados em sala de aula, a escola:


  • Atende à diversidade de estilos e ritmos de aprendizagem;

  • Aumenta o engajamento dos alunos;

  • Promove o letramento digital;

  • Favorece percursos personalizados de aprendizagem;

  • Garante experiências mais inclusivas e significativas.


Essa diversidade fortalece a valorização das inteligências múltiplas e contribui para um ensino mais democrático, no qual cada estudante encontra espaço para se desenvolver.


E qual é a relação dos REDs com a Jovens Gênios?


A plataforma Jovens Gênios faz parte desse ecossistema de REDs ao oferecer um banco variado de questões interativas, trilhas personalizadas de estudo e feedback imediato.


Por meio da Teoria de Resposta ao Item (TRI) associada a algoritmos de Inteligência Artificial, a plataforma identifica o nível de proficiência de cada aluno e propõe percursos adaptados, potencializando o papel do professor e promovendo aprendizagens mais significativas.


Assim, a Jovens Gênios integra tecnologia e pedagogia para entregar uma educação personalizada, engajadora e alinhada às demandas contemporâneas.


Conclusão


A combinação entre recursos didáticos tradicionais e digitais amplia as possibilidades da escola em diversificar a aprendizagem e em valorizar diferentes inteligências. Programas como o Educação Conectada, a orientação da BNCC e soluções inovadoras como a da Jovens Gênios demonstram que a tecnologia, quando bem aplicada, é um meio poderoso de potencializar o trabalho docente.


Como destaca Moran (2013, p. 12-14): “as tecnologias são só apoio, meios. Mas elas nos permitem realizar atividades de aprendizagem de formas diferentes às de antes. Podemos aprender estando juntos em lugares distantes, sem precisarmos estar sempre juntos numa sala para que isso aconteça”


E, parafraseando Paulo Freire (1996), ensinar é um ato dialógico: o professor, em uma relação de troca e aprendizado mútuo, deve valorizar a realidade e a experiência do estudante para construir um conhecimento significativo, e não apenas um depósito de informações.


Portanto, ao unir recursos didáticos, tecnologias, diálogo e personalização, a educação se aproxima cada vez mais da vida real dos alunos e se torna verdadeiramente transformadora.


Referências



bottom of page